quinta-feira, 1 de junho de 2006

Para as Megeras com carinho.

A Roberta Arabiane anunciou o fim do Megeras, e o focando.org sumiu do ar.
Então eu fiquei a pensar sobre isto.
Roberta fala que publicamos no blog por vaidade, verdade, mas publicamos tambem por ego, publicamos por carência, por solidão, porque o ser humano é em seu cerne social, precisa ser relacionar com seus iguais, precisa falar, ouvir, ver, ser visto, sentir cheiros, vislubrar cores, exercitar o raciocinio atraves do que ouve do que fala,
o direito ao contraditório como diriam os advogados de plantão.
Há quem frequente o ciber-mundo para expor uma imagem pior do que realmente tem. mas a esmagadora maioria, se permite no ciber-mundo ser cruamente honesto e sincero no que é e no que diz, com menos dano do que no mundo real. e se permite tambem um preview, digamos assim, do aperfeiçoamento de si mesmo, ou seja, melhor, mais inteligente, mais doce, mais esperto, tudo "fast", num by-pass do longo tempo que isto leva para ocorrer no nosso mundo do dia a dia.
afnal no ciber-mundo a beleza física é um item discutido, definido, medido, e mais um monte de coisas, menos o ponto de partida ou o motor de embalo para o que quer que seja.
Pense bem, não é fantastico, viciante, o fato que voce é conhecido, re-conhecido, frequentado no ciber-mundo, não porque voce é sarado, gostoso(a), tem olhos verdes, ou azuis , mas simplesmente pelo que voce é, e por algo as vezes inadimissivel no mundo real, porque voce é honesto sobre o que é, e o que e pensa?
No ciber-mundo não há atropelos, voce "fala", e voce "ouve", todas as vozes, sons, ideias, opinioes, possuem espaço garantido, a arte está na seleção, na formatação e na direção que se toma ou é dada.
sim em qualquer vida e em qualquer mundo corre-se o risco de se perder a conecção com a realidade, e fazer disto um caminho sem volta, isto não é privilégio do ciber-mundo. tem muita mas muita gente mesmo que perde a conecção com o mundo real construindo mundos próprios, onde se refugiam daquilo que os aflige, e ou limita.
Agora o ciber-mundo oferece um efeito colateral diferente dos mundos imaginarios.
Ele oferece o desdobramento, a não solidão, oferece a ampliação da visão do mundo e das coisas, mais conhecimento, caminhos para lidar com coisas que queremos mas não sabemos como, jeito de conviver com coisas que temos que conviver e não sabemos como.
ele nos iguala, no sentido que presenciamos as coisas que achamos que só acontecem com a gente, acontecendo em outras vidas, e temos a oportunidade inigualável de poder ajudar, de estar ciente que entendemos o que esta ocorrendo, e muitas vezes tornar o caminho mais plano para os que estão passando por ele agora.
o ciber mundo aumenta a nossa familia, e as vezes dá uma a quem não tem, e adquirimos o hábito diário de "ler" o fulano ou a sicrana, de saber como esta esta ou aquela situação, e por aí vai. de ver quem comentou, a ansiedade por ver aquele endereço no remetente da caixa posta.
eu me lembrei de um filme chamado "nunca te vi, sempre te amei" que fala de um relacionamento por carta, num periodo proximo da guerra.
continuando.
num periodo dificil da minha vida, me falaram com sabedoria, que algumas pessoas entram na nossa vida com um objetivo, e quando cumprem às vezes precisam partir, ou pelo menos ficar mais à margem. o que nem sempre é a nossa vontade.
A parte difícil e deixa-los partir, é deixa-los colocarem-se á margem. dói, machuca, traz antigos fantasmas que julgamos extintos. da um frio na barriga causado pelo teor de incerteza que o presente e o futuro ganham.
E algumas destas pessoas, algumas, imprimem uma tatuagem na gente, uma marca, única, no seu formato, na sua historia, no seu porque, e as vezes elas nems e dão conta que fizeram isto, que fazem, que possuem este dom.
As megeras sao assim, a fal é assim, muitas outras pessoas são assim, a lista é grande.
cicatrizes e tatuagens, tem historia, tem porque, tem passado, há de se respeitar, e conforme o caso há de se ter orgulho.
As vezes o maior dom esta em ser comum, e ser simplesmente humano com virtudes, qualidades, vicios e defeitos. sem pedir desculpas sem se envergonhas, mas tambem sem intimidar ou afrontar.
Apartir do megeras conheci muita gente boa, vivi coisas boas, suportei outras tantas não tão boas assim mas que fazem parte da vida.
Foi uma honra e um privilégio, desfrutar da convivência no megeras, nao só de Roberta e Patricia, mas de toda a familia megeras, que agora vai ter que se ajeitar como pode. mas filhos quando crescem nao cabem mais na casa da gente, então. vamos a mais uma etapa de vida.
Mas todo mundo que vai quando tem que ir, sabe que pode voltar sempre que quiser. e a gente que fica, sabe que vai receber sempre que chegar. e por favor a casa é de voces, venha sempre que o coração pedir.
As megeras o meu carinho, o meu respeito e o meu voto de admiração. e a saudade que ja tenho.
espero que voces não sumam.
a tatuagem de voces, vou ostentar com orgulho, tenha certeza.

Em tempo: Roberta disse que não vai mais ler o megeras, e respeito e entendo o silêncio da Patricia, mas espero que que continuem lendo a "familia" e peço à familia que avise às duas que tem este recadinho para elas aqui.
e sim, avisem para onde mando minha parte da mudança.
Vida longa e próspera meninas. aquele que aprendeu muito com voces, vos saudam.



4 comentários:

Anônimo disse...

Cara, te vi lá no MM'S, e fiquei curioso.
Adorei o que escreveste, creio que todos que eram e são habituais leitores das gurias deveriam ler este teu post.
Abraços
Rodrigo

Anônimo disse...

Pois é... órfãos virtuais.

É que as meninas nos fizeram irmãos.

Belo texto.

Abraços.

Andrea disse...

Daniel, to me sentindo assim também... Já pensou se a Fal resolve tomar a mesma atitude?
Ai Meus Sais.... Até comentei sobre o texto da Ro lá no Menina Nina, mas ainda tá doendo um bocado essa despedida...
Beijo

Anônimo disse...

Olá, Daniel, cheguei aqui através do blog Livro Antigo. Muito bonito seu texto e sua forma sincera de falar sobre a falta que "as megeras" estão fazendo.

Cheguei há pouco tempo na blogosfera e sequer as conheci.... Mas como você mesmo disse, tudo tem seu momento, outra coisa [para consolar, essa, rs*] nada é definitivo nessa vida [nem essa droga de chapinha que a mulherada tem feito, kkkkk]

O bacana desse mundo virtual é que ele é cheio de possibilidades, encontros e desencontros... Então fica aqui o meu convite para conhecer meu espaço Fina Flor.

Beijos e até´,

MM