quinta-feira, 24 de abril de 2008

Na cozinha




O tempero de cada um de nós.


É tão comum afirmações do tipo “fulano(a) é um doce de pessoa”, “sicrano(a) é um Grosso!!”, e as variações são muitas, mas o tema invariavelmente é o mesmo: o “tempero” que atribuímos a esta ou aquela pessoa, ou mesmo a forma como ela “se tempera”, e se apresenta:

A definição para tempero é o conjunto de condimentos que se usa para realçar o sabor dos pratos.

Bem tudo muito doce é enjoativo e nos leva invariavelmente a vomitar, quando não dá dor de barriga junto, tudo muito salgado, perde completamente o sabor próprio ficando somente ou sal, ou então se torna intragável.

Mas as droga é que absolutamente NINGUÉM tem a formula do meio termo que ajusta a receita.. então eu acho que é preciso fazer como tatuagens, que muitas vezes são feitas por motivos marcantes da vida, que necessariamente não são doces. mas são feitas de forma consciente, são feitas com escolha, são feitas tratando o momento

O bom e o ruim da nossa vida é o tempero que forma o nosso sabor, mas a forma com servimos a nossa própria Receita, é uma escolha nossa, e o momento também é nosso. O que faz a grande diferença.

Ser bonzinho de mais traz problema, não somos levados a sério, nem respeitados, ser rude demais só traz coisa ruim, e a fórmula precisa ser feita no "just-in-time", ou seja, na hora, usando como referência apenas o tudo que já vivemos, o que por si só deveria ser o bastante.
É devia ser o bastante, acontece que na maioria das vezes não é, e a gente perde a estribeira no momento errado, ou seja erra a mão no tempero, e pronto, lá se vai o bom nome do cozinheiro.

Faz-se portanto imperativo não se emitir ou fazer julgamento definitivo, sem antes se certificar que as condições foram as adequadas e a forma que o “prato” foi servido era a desejada pelo “maitre”.
Não podemos fazer juízo de ninguém sem antes conviver razoavelmente, conhecer um pouco do passado e do pensamento, mas ao invés disso, na primeira contrariedade descartamos, rotulamos e taxamos, e assim o nosso universo fica cada vez mais estreito e com uma quantidade de pré-requisitos humanamente impossíveis de cumprir.
E tem gente que ainda reclama que não sabe o porque que não consegue conviver em grupo....

2 comentários:

Mariah disse...

temos uma necessidade exagerada de sair por aí colocando crachás em todo mundo. necessidade de colocar cada um no seu grupo - os malas, os mauricinhos, os pagdeiros, os roqueiros, os cdfs, os vagabundos...e destas prévias surgem todas as outras descrições que poderíamos dar ao tal ser. não conseguimos mais nos desvenciliar da primeira impressão e daí por diante, todo o resto fica comprometido.
sim, é cada vez mais difícil estar dentro dos grupo.
m.

Carmim disse...

Nada me irrita mais do que as pessoas que rotulam os outros sem antes os conhecer de facto.
Mas, infelizmente vivemos num mundo repleto de preconceitos onde nem todos entenderiam o texto que acabei de ler.

Beijo.